Enquanto na área do Comportamento Animal petiscos são comumente vistos como aliados na busca por melhores comportamentos, na Clínica Veterinária ainda são considerados vilões.
É fundamental ressaltar que quando defendemos o seu uso, estamos considerando petiscos de qualidade e na quantidade certa, próprios para os pets, ofertados em momentos de bons comportamentos, para reforçá-los, ou de estresse e sofrimento, para mitigá-los. Ninguém nega os malefícios do uso excessivo ou inapropriado de petiscos, mas comumente se subestima os efeitos deletérios do estresse no corpo e na mente dos nossos pets.
O estresse na clínica veterinária é causador de sofrimento e, infelizmente, contribui com morbidade e mortalidade. Respostas de estresse, agudas e crônicas, fisiológicas e comportamentais, acontecem na clínica, ainda mais na hospitalização, sendo que muitas delas levam horas ou dias para cessar, contribuindo com a deterioração do estado de saúde do pet. Em muitos casos o próprio estresse prejudica/impede a realização de exames ou interfere em seus resultados.
Qualquer ação ou terapia (ex: com petiscos, psicofármacos, feromônios, etc) capaz de amenizar o estresse vivenciado pelos pets em nossas clínicas deve ser respeitada e utilizada corretamente. Precisamos melhorar muito na luta contra o sofrimento de nossos pacientes durante nossos atendimentos e procedimentos médicos. Queremos ser aliados deles, precisamos de clínicas mais amigas dos pets, mas para isso precisamos parar de criminalizar o vilão errado!