Aposto que alguns de vocês já tinham ouvido falar de um tal Cânone de Morgan, certo?
Conwy Lloyd Morgan foi um renomado psicólogo britânico que muito contribuiu para o avanço do Behaviorismo no início do século XX. Através de experimentos e infinitas horas de observações de animais, inclusive de seu cãozinho Tony e o processo pelo qual aprendeu a abrir o portão do quintal, ele cunhou o que se tornaria um dos princípios mais citados na área: o Cânone de Morgan ou lei da Parcimônia.
O Cânone sempre sofreu duras críticas por induzir um reducionismo na interpretação do comportamento dos animais, mesmo Morgan tendo acrescentado posteriormente que não haveria problema em se atribuir processos mentais superiores ao animais, mas que mecanismos mais simples que explicam os comportamentos devem ser assumidos se não for possível demonstrar tais processos superiores.
Apesar das críticas, nem o legado de Lloyd Morgan nem seu Cânone, resistente até hoje, devem ser jogados fora. Interpretações excessivamente antropomórficas no convívio com animais ou na pesquisa sobre eles, podem ter implicações negativas para o bem-estar animal. Exemplo: se meu cão entende tudo ele não deveria desobedecer, então se desobedecer será castigado. Será que os cães entendem tudo mesmo?
Pois é, um pouquinho só do Cânone de Lloyd Morgan não faz mal a ninguém.