1️⃣ Não me rotulem POSITIVISTA. Primeiro porque positivismo é corrente filosófica com a qual me identifico apenas no cientificismo. Segundo porque reconheço que, ainda que eu use ferramentas terapêuticas não aversivas, emoções negativas como a frustração farão eventualmente parte de um treino positivo e tratarei de manejá-las.
2️⃣ Não me rotulem AVERSIVA, pois abandonei todas as abordagens e ferramentas aversivas que, a despeito de terem sido propostas por muitos clássicos, vem se mostrando negativas em estudos atuais de comportamento aplicado.
3️⃣ Não me rotulem MISTA, pois não me arrisco na temperagem aleatória e arriscada de ferramentas positivas e aversivas.
O que me norteia na seleção de ferramentas de trabalho é a Ciência Aplicada e as diretrizes mundiais de instituições de renome e consensos de especialistas que, por ora, sugerem utilizar ferramentas positivas mesmo reconhecendo que aversivos ocorrem naturalmente na vida dos animais.
Sim, os estudos sobre o tema ainda são escassos e imperfeitos. Bem-vindos à Ciência do Comportamento Canino e Felino Aplicado que se encontra em plena construção e por isso ainda faltam as certezas que todos desejam. Ainda assim, o que se tem é fruto de análise científica de situações cotidianas, feitas de modo sistemático e objetivo, superior a minha opinião, ou a sua, ou a de todos nós juntos.
Trata-se aqui de quanto se deseja fazer uma Prática de fato Baseada em Evidência e quanto se está disposto a arriscar. Além disso, dependendo da sua abordagem, compreendo que pode ser difícil se desviar um pouco de rotas traçadas por grandes clássicos e se deixar guiar por um ramo científico ainda tão novo. Mas, sinceramente, não vejo outra saída, a não ser deixar um pouco os rótulos e mergulhar nos conteúdos, olhando com mais confiança e profundidade para a Ciência Aplicada.