Frequentemente escuto, tanto de tutores quanto de profissionais da área, que o uso de um medicamento para tratar problemas comportamentais deve ser aceito apenas quando já se tentou tudo e o animal não melhorou. Mas há um problema grande nisso…
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Quando se tenta tudo (considerando que se usem as ferramentas terapêuticas certas), por muito tempo, meses a anos em vários casos, corre-se o risco de esgotar, ou “queimar”, o potencial dessas outras técnicas, a disposição que o tutor tinha para trabalhar com o animal e, principalmente, o bem-estar do animal que agora está há um tempão vivendo esse sofrimento emocional.
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Existem casos, sim, onde não se faz necessária a medicação e outros onde até se tenta, por um período curto, uma terapia sem medicação e, caso não melhore, se adiciona uma. Mas em tantos outros casos onde já sabemos que há gravidade, riscos importantes ou o problema é altamente movido por gatilhos internos (ex: compulsões), o melhor é medicar desde o início, associando um agente psicoativo a todo o arsenal de ferramentas terapêuticas não medicamentosas.
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Medicar ou não medicar, eis a questão! Pois bem, ela se responde pela gravidade do problema e pelo perfil do paciente e não pelo esgotamento no uso de outras técnicas; já que este pode também significar um esgotamento das chances de sucesso.
Texto e ilustração da Dra Dani Ramos. Se for compartilhar, não esqueça de creditar. Obrigada! ”